Hoje tenho um dilema. Tenho a certeza que não é só isso que tenho, pois estou de choco em casa (obrigada filho pelos beijinhos e abraços enquanto estiveste doente). Mas o meu dilema prende-se com comida (algo novo para variar). Com uma comida específica: a de hospital.
Ajudem lá a vossa amiga: quando uma pessoa é internada num hospital por estar doente, deve esperar que a tratem com a melhor qualidade de serviço. Não só médico como auxiliar. Verdade? Ou sou só eu que estou a delirar?
Eu explico: tenho uma grande amiga minha de escola que está internada num dos nossos hospitais privados de Lisboa, com uma doença algo manhosa e que não previsão de saída. Assim, como seria de esperar num hospital privado trouxeram-lhe a ementa para que pudesse escolher desde o pequeno-almoço à ceia do dia seguinte. Boa! - pensei eu - Serviço de primeira! Esta era realmente a minha ideia até ter posto os olhos, porque não me atrevi sequer a experimentar, em cima do almoço da rapariga. Bolas... bife de frango com molho de pimenta deslavado, acompanhado por um arroz de cogumelos (destes só restava a cor) e feijão verde, com pelo menos mais 20 minutos de cozedura do que devia. Salada de alface e tomate foi o prato perfeito da ementa. Sobremesa: maçã assada (esta não era difícil de estragar... achava eu: deixaram os caroços no meio, para quem gosta de cuspir para o chão durante a refeição: estava perfeita).... A sério?!
Este é o meu dilema: porquê? Porque é que os doentes têm de sofrer mais para além das maleitas que os levam a estas instituições? Porque é que a comida tem de ter um aspecto deslavado e desenxabido? Mesmo sem grandes temperos, pois o sal faz mal e o açúcar também não ajuda, não poderão cozinhar de forma a que a estadia hospitalar corra da melhor maneira possível?
Porém não correu tudo mal. Eis senão quando aparece novamente a auxiliar de cozinha com a ementa para o dia seguinte: desta vez ajudei-a a escolher. Pequeno-almoço - leite morno com um café expresso à parte e um pão de mistura com marmelada e queijo; almoço - empadão de vitela (a moça e o peixe não se dão muito bem) e salada (ao menos esta vem de certeza em condições); lanche - já não me lembro mas envolvia croissants; jantar - dos dois pratos nada agradava, assim perguntei: não se arranja um hambúrguer grelhado com arroz branco? Claro que sim - respondeu a senhora. Esta decidido: hambúrguer seria. Então e para a ceia - indagou a senhora - Chá e torradas - respondeu a minha amiga. Ela ria-se com as minhas escolhas e perguntas, mas conseguiu, pelo menos, ter uma refeição completa para hoje. Vejamos se estará tudo bem confeccionado.
Ontem à noite enviou-me uma mensagem com a foto do jantar. Tinha melhor aspecto. Entrecosto grelhado com brócolos (que estavam verdes e não castanhos como o feijão verde) Roí os ossos e lambi os dedos - escreveu ela. Ainda bem - respondi eu com um sorriso só de pensar que pelo menos a noite seria de barriga cheia.
Tirem-me deste dilema e deixem-na melhorar em melhores paladares.
Hoje despeço-me de forma diferente e específica: delicia-te e melhora depressa, amiga...
Ajudem lá a vossa amiga: quando uma pessoa é internada num hospital por estar doente, deve esperar que a tratem com a melhor qualidade de serviço. Não só médico como auxiliar. Verdade? Ou sou só eu que estou a delirar?
Eu explico: tenho uma grande amiga minha de escola que está internada num dos nossos hospitais privados de Lisboa, com uma doença algo manhosa e que não previsão de saída. Assim, como seria de esperar num hospital privado trouxeram-lhe a ementa para que pudesse escolher desde o pequeno-almoço à ceia do dia seguinte. Boa! - pensei eu - Serviço de primeira! Esta era realmente a minha ideia até ter posto os olhos, porque não me atrevi sequer a experimentar, em cima do almoço da rapariga. Bolas... bife de frango com molho de pimenta deslavado, acompanhado por um arroz de cogumelos (destes só restava a cor) e feijão verde, com pelo menos mais 20 minutos de cozedura do que devia. Salada de alface e tomate foi o prato perfeito da ementa. Sobremesa: maçã assada (esta não era difícil de estragar... achava eu: deixaram os caroços no meio, para quem gosta de cuspir para o chão durante a refeição: estava perfeita).... A sério?!
Este é o meu dilema: porquê? Porque é que os doentes têm de sofrer mais para além das maleitas que os levam a estas instituições? Porque é que a comida tem de ter um aspecto deslavado e desenxabido? Mesmo sem grandes temperos, pois o sal faz mal e o açúcar também não ajuda, não poderão cozinhar de forma a que a estadia hospitalar corra da melhor maneira possível?
Porém não correu tudo mal. Eis senão quando aparece novamente a auxiliar de cozinha com a ementa para o dia seguinte: desta vez ajudei-a a escolher. Pequeno-almoço - leite morno com um café expresso à parte e um pão de mistura com marmelada e queijo; almoço - empadão de vitela (a moça e o peixe não se dão muito bem) e salada (ao menos esta vem de certeza em condições); lanche - já não me lembro mas envolvia croissants; jantar - dos dois pratos nada agradava, assim perguntei: não se arranja um hambúrguer grelhado com arroz branco? Claro que sim - respondeu a senhora. Esta decidido: hambúrguer seria. Então e para a ceia - indagou a senhora - Chá e torradas - respondeu a minha amiga. Ela ria-se com as minhas escolhas e perguntas, mas conseguiu, pelo menos, ter uma refeição completa para hoje. Vejamos se estará tudo bem confeccionado.
Ontem à noite enviou-me uma mensagem com a foto do jantar. Tinha melhor aspecto. Entrecosto grelhado com brócolos (que estavam verdes e não castanhos como o feijão verde) Roí os ossos e lambi os dedos - escreveu ela. Ainda bem - respondi eu com um sorriso só de pensar que pelo menos a noite seria de barriga cheia.
Tirem-me deste dilema e deixem-na melhorar em melhores paladares.
Hoje despeço-me de forma diferente e específica: delicia-te e melhora depressa, amiga...