Quem me conhece sabe que não gosto de me gabar e receber elogios também não é o meu forte, mas com a comida aprecio-os imenso. Sabe bem encher a barriga de alguém que no fim, com um sorriso, nos mostra o quanto gostou. Estes obrigados velados, quase em segredo, tornam-nos vaidosos e orgulhosos. Com um sentimento de conquista alcançado e conseguido.
A grande maioria das vezes, para quem não gosta ou não sabe cozinhar, este sentimento não brota facilmente, mas ao darem um pouco de si mesmos enquanto preparam uma qualquer receita, o sorriso vai aparecendo. Primeiro de soslaio e com o passar do tempo, com o ganhar de confiança ele já aparece facilmente.
Mas sabem o que me dá mais gozo? É quando o meu filho, que é o verdadeiro esquisito no que toca a comida, me diz “mãe, está delicioso”! A alegria que ele me dá ao dizer estas três palavras é imensa. Difícil de entender? Não. Eu conto-vos… O meu filho se pudesse passar toda a sua vida a pacotes de leite com chocolate e bolachas era o miúdo mais feliz do mundo. Sempre foi assim. Comer para ele era e às vezes ainda é difícil. Quando era bebé e iniciou as sopas demorava quase uma hora para as comer. Decidimos introduzir a fruta ao mesmo tempo para ver se melhorava. Uma colher de sopa, uma colher de fruta… acreditem ainda hoje, junta a fruta ao jantar e ao almoço para se conseguir despachar. Dir-me-ão vocês “mas comer é uma tarefa para ser feita com calma e devagar”! Têm razão. Mas duas horas para jantar? Tinha de o estimular com a comida.
Nunca fui muito de regras. Nunca fui muito de seguir aquilo que todos fazem. Por isso, as sopas do meu filho até aipo levavam. Deve ter sido isso que ajudou a que agora, com estas invenções, ele tenha uma maior disposição para comidas inventadas e não tanto as comidas tradicionais. Não que as receitas que invento fujam muito do tradicional, mas as experiências que faço com as ervas aromáticas têm sido um verdadeiro sucesso.
Hoje em dia ando completamente viciada com o funcho e com a salva. Porquê? É fácil. Dão um gosto muito diferente à carne, ao peixe, às batatas e restantes vegetais.
Um dia vi uma receita de um chef, pelo qual tenho uma admiração enorme, de batatas assadas com salva. Que delicia! Tive de a fazer assim que pude. A dele era demorada, levava banha de porco e regada de azeite, mas eu dei-lhe cor. Dei-lhe o meu toque e menos calorias! (Já agora lembrem-se de uma coisa. Façam as receitas que melhor se adaptam às vossas dietas. Não as de emagrecer, mas ao vosso estilo de vida. Para quem trabalhou durante quinze anos na saúde, não vos quero trazer aqui nada que vos prejudique).
Batatas assadas com salva
Ingredientes
500 gr. de batas pequenas (o pingo doce vende já embaladas no local dos vegetais frescos)
10 folhas de salva
10 ml. azeite
Margarina liquida q.b.
Sal e pimenta q.b.
Passe as batatas por água e coloque-as num pirex, onde já está o azeite. Tempere-as com sal e pimenta e junte-lhes as folhas de salva. Regue com uns fios da margarina liquida e leve-as ao forno previamente aquecido a 180º. Deixe cozinhar durante 30 minutos. Não esquecendo, de vez em quando de as sacudir ou virá-las.
No final deste tempo, levante a temperatura do forno para 200º e deixe as batatas ganhar cor.
Retire-as e sirva de acompanhamento ao que mais lhe apetecer.
Como podem ver são saudáveis e são um excelente acompanhamento a peixe ou a carne. Já percebi! A sua imaginação está a começar a borbulhar… já começou a perceber as possibilidades que aqui tem. Agarre-se a elas e não desespere.
Faça desta nova motivação o seu estilo de vida. Para tudo o que fizer a partir de hoje. E lembre-se “o que não nos mata, dá-nos força”. A nova atitude que vai sentir a partir de hoje vai-lhe dar força para enfrentar o mundo, para enfrentar as agruras da vida, as desilusões por que passamos diariamente. O tempo cura e a comida, acima de tudo: ajuda.
Não lhe chame frases feitas. São sentimentos sentidos por quem passou pelo mesmo que nós. E que superaram. Venceram. Vivam a vida: “um dia de cada vez. Hoje estamos cá, amanhã quem sabe. Por isso aproveitem cada dia como se fosse o vosso último e acima de tudo: deliciem-se.
Excelente!